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segunda-feira, 25 de março de 2019

Missão dada é missão cumprida. O enigmático General Mourão


Para muitos, o mais enigmático dos militares que compõem o núcleo central do governo Bolsonaro é o vice-presidente, General Antônio Hamilton Martins Mourão. No período da campanha eleitoral, foi o terceiro nome indicado a compor a chapa presidencial de Bolsonaro. Comemorado pela direita conservadora e acusado de algoz pela mídia oficial, após as eleições de 2018 passou a ser criticado tanto por alguns militares quanto por alguns segmentos da direita.

Designado pela mídia oficial como defensor de torturadores por ter chamado o Coronel Brilhante Ustra de herói, no seu último discurso como general da ativa, agora é o queridinho dos meios de comunicação de massa e, pasmem, também da militância esquerdista.  
Mas, afinal, quem é o General Mourão e qual é a sua missão, digo, função no novo governo brasileiro? Se descobrirmos qual é a tarefa delegada ao nosso vice-presidente, então conseguiremos certamente elucidar esse mistério. Se guiar pela grande mídia é tomar o bonde errado, como dizia meu velho.

General Mourão (65) é gaúcho de Porto Alegre, filho do General de divisão Antonio Hamilton Mourão, transferido do Estado do Amazonas para o sul, e da sra. Wanda Coronel Martins Mourão. O menino Antônio Hamilton iniciou sua formação escolar no Colégio Militar na capital riograndense. Ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras aos 19 anos, de onde saiu em 1975 como aspirante a oficial da Arma da Artilharia. Após, realizou aperfeiçoamento de altos estudos militares na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e do Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército. Possui formação de curso de paraquedista e de guerra na selva. No seu currículo consta ainda os seguintes comandos: 27° Grupo de Artilharia de Campanha; 2ª Brigada de Infantaria de Selva; 6ª Divisão de Exército; Comando Militar do Sul; Secretaria de Economia e Finanças (unidade orçamentária do Comando do Exército). Foi instrutor da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) e cumpriu duas missões no exterior:  Missão de Paz em Angola e foi adido militar na Embaixada do Brasil na Venezuela. Quando passou para a reserva, em 2018, após ter declarado, com justa indignação, que o então presidente e o até então encarcerado Michel Temer “faz do governo um balcão de negócios para manter-se no poder”, foi aclamado por unanimidade presidente do prestigiado Clube Militar. Em meados de 2018, após indicações frustradas do PSL, o general foi convidado para compor a chapa concorrente à presidência do Brasil com o também militar e ex-deputado federal Jair Messias Bolsonaro. Há quem diga que o General Mourão sequer era o plano B de Bolsonaro a vice. Porém, poucos lembram que o General Mourão foi o primeiro militar da ativa a apoiar publicamente Jair Bolsonaro, em 2017. Assim é bastante duvidoso o furor da mídia em espalhar que Mourão foi escolhido pelo acaso, como se não houvesse uma simetria de pensamento político anterior entre ambos militares. Mídia embusteira.
   
Vamos rememorar alguns fatos que poderão nos orientar de forma segura quanto às camaleônicas (na verdade camufladas) declarações e ações do nosso diligente vice-presidente: 
   
1)    Palestra na Loja Maçônica Grande Oriente em Brasília (2017)

A repercussão da palestra em evento promovido pela Maçonaria em 2017, em Brasília, fez o General Hamilton Mourão ficar conhecido em todo o Brasil e até no exterior. Indignado com a politicaria praticada nos últimos governos, o militar ponderou sobre uma possível intervenção das Forças Armadas caso os três poderes não resolvessem por si mesmos a pouca-vergonha. Chegou a mandar um “recado” ao judiciário -”ou tiram esses elementos envolvidos em todos os ilícitos ou o Exército terá de se impor”. Imediatamente a mídia “justiceira” e “democrática” exigiu uma punição severa ao general “insurgente”. Porém, muito antes, em 2015, Mourão já havia dito que retirar a presidenta do poder, embora necessário fosse, não seria suficiente para mudar o Brasil – seria preciso um despertar patriótico por parte da sociedade.

Pois é, a mesma mídia que exigiu, em nome de uma pseudodemocracia, o corretivo a um militar que, segundo ela, ousou afrontar um governo civil, agora o adula e fantasia com a possibilidade de tê-lo como presidente da República. Mas a mensageira de fake News não perde por esperar, contam que o General Mourão tem uma memória de elefante.

2)    Último discurso como General da Ativa (2018)

Por ocasião da sua passagem da ativa para a reserva, em seu último discurso no Salão de Honras do Comando Militar do Exército, homenageou o Coronel Carlos Brilhante Ustra, e o designou de herói, a mesma deferência feita por Bolsonaro na sessão de impeachment de Dilma, em 2016, na Câmara de Deputados.  
Não vamos esquecer que a mídia oficial deu grande destaque à declaração difamatória do cantor Geraldo Azevedo ao afirmar que o General Mourão o havia torturado no período do governo militar. Todavia, em 1969 Mourão contava com a idade 16 anos. A fake News alardeada em todos os veículos de comunicação foi imediatamente abafada e o general Mourão limitou-se a esclarecer que “a acusação é uma falsa notícia para disseminar informações erradas sobre a campanha de Bolsonaro” e que tomaria as devidas providências judiciais. Observemos que já há traços no seu comportamento que indicam aversão à polêmica e também houve discrição quanto às providências tomadas.

3)    Eleito por unanimidade como presidente do Clube Militar (2018)

Isso denota claramente que, ao contrário do que se lê na mídia e nas redes sociais, a maioria do oficialato está em perfeita sintonia no que tange à construção de um novo projeto político para o Brasil. Os militares de alto escalão não têm divergência alguma quanto às políticas propostas pelo governo Bolsonaro.
Para quem não sabe, em atitude inédita, os oficiais do Exército abriram mão de suas candidaturas para concorrer à direção do Clube Militar em favor da chapa única do General Mourão.

4)    Entrevista em Porto Alegre (2019)

No último dia 22 de março, em visita ao Rio Grande do Sul, o vice-presidente concedeu uma entrevista a uma emissora de rádio local. Em que pese os jornalistas sempre lançarem perguntas capciosas a fim de construírem manchetes e narrativas rocambolescas em relação ao pronunciamento do general Mourão, o vice tem demonstrado coerência com o seu pensamento e filosofia de vida. O general Mourão é um positivista, um humanista, um liberal – frequenta a maçonaria e a Igreja Católica. Não vou discorrer sobre esses temas neste texto, mas posso afirmar que não há alguma incoerência ou contradição nesses posicionamentos. Mais de uma vez ele disse publicamente que reconhece e respeita o eleitorado conservador de Bolsonaro e que é tácito que esse governo é conservador. Naturalmente, a mídia guiada pelo método “luz e sombra” não dá destaque, encobre o que não lhe agrada.

Na entrevista acima citada, o general mais uma vez se mostrou em completa harmonia com o governo e coerente com declarações que vem fazendo há mais de quatro anos. Ele disse que considera a prisão do ex-presidente Temer lamentável para o Brasil, porém “passa uma mensagem muito forte, muito significativa, de que finalmente a lei é para todos”.
Sobre a reforma da previdência e do projeto anticrime disse que é fundamental “ter a perseverança necessária e a paciência para levar esse assunto e convencer o conjunto, não só da população, como do parlamento, da necessidade dessa reforma”. Ressaltou que ruídos ocorrem e que causam algum estranhamento, mas que com diálogo tudo será resolvido. Elogiou o pacote do ministro Sérgio Moro e acrescentou que “é muito importante que fosse aprovado”. Sinalizou que na questão sobre o aparato policial estadual, o governo federal está atento e pretende auxiliar, dentro da lei, enfatizou. Sobre o MEC, ele foi duro “tem de tomar um freio de arrumação – o presidente já conversou com o ministro Ricardo Vélez e isso será organizado nos próximos dias”. Finalizando a entrevista, a dissimulada jornalista, que faz parte da rede esgoto, o inquiriu sobre as críticas feitas a ele pelo professor OC. Muito tranquilo, o general Mourão respondeu: não tem importância – “acho que podemos rebater ideias com argumentos convincentes, mas as ofensas mostram que a pessoa não tem argumentos, é dessa forma que vejo”.

O mais significativo da entrevista, no meu entendimento, é a parte em que ele esclarece para o bom entendedor, vez por todas, a missão da qual foi incumbido. Quando perguntado jocosamente pela jornalista se estava sendo difícil lidar com as “idiossincrasias” do governo, ele respondeu: “a gente vai se adaptando, política se faz no dia a dia, seja dentro de casa ou no prédio em que moramos. Tendo eu acumulado grande experiência no Exército, dentro e fora do Brasil, não achei difícil a adaptação. Disse ainda que o seu papel no governo é ouvir as demandas da sociedade civil e seus diversos segmentos e leva-las ao presidente Bolsonaro e aos ministros. A missão do nosso vice-presidente é muito clara – é ele quem vai no front da batalha para o reconhecimento das disputas entre os vários agentes que integram a sociedade brasileira e identifica os possíveis conflitos. Nobre missão. É natural que os donos das armas primem pela paz, e nós também, não é mesmo?

5)    Reflexão final
A quem interessa perturbar esse governo composto por um presidente militar, um vice-presidente militar, um porta-voz da presidência militar, mais oito ministros militares. Já não temos um governo militar?

Lembremo-nos todos que quando Gustavo Bebianno foi exonerado em menos de 60 dias de governo, quem assumiu? O oitavo general – Floriano Peixoto assumiu a Secretaria Geral da Presidência. Tudo está a indicar que em breve teremos outras baixas. A troca de membros, até que seja encontrada a excelência de uma equipe de trabalho, é algo comum e nada tem a ver com crises no governo como a mídia pérfida obstinadamente tenta fazer crer aos incautos.

Dou-lhes um exemplo: amanhã à noite o General Mourão será o convidado de honra em um jantar oferecido pelo empresário e presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em sua residência. O que a mídia propaga? Acometida por um delírio esquizofrênico agudo, afirma que a elite econômica sabedora da queda de Bolsonaro acena para um presidente militar moderado. A sandice dessa escumalha de pseudojornalistas vermelhos não tem limite, nem mesmo o limite do ridículo. Pior ainda são os que leem e acreditam que possa existir uma possibilidade, remota que seja, de os militares brasileiros se prestarem ao papel de golpistas e traidores da Pátria. Opa! Aí está o cerne da questão. Essa é a imagem que a mídia tem dos militares brasileiros: golpistas. Neste momento, nada de melhor poderia acontecer para a esquerda assolada – imaginem só o discurso de golpe, ditadura, presos políticos, denúncias a ONU e tudo o mais que sabemos ser a súcia progressista comunista capaz de fazer. Ademais, quem acompanha o twitter sabe o quanto essa ideia tem mantida acesa a esperança da militância petista: eles estão à espera de um milagre do golpe. Óh! Coitados, isso jamais vai ocorrer. Se o Exército fosse afeito a golpes, o teria feito em 2016 quando Dilma Rousseff, sabedora que seu impeachment era irreversível, chamou o então Comandante do Exército, General Villas Bôas, e assuntou a sua opinião sobre ela decretar  o Estado de Emergência no Brasil. Decretado o Estado de Emergência, os direitos e as liberdades dos cidadãos, garantidas na Constituição, são extintos e o governo pode interferir diretamente no Legislativo e no Judiciário.

O grande General Villas Bôas respondeu para a aprendiz de golpista - “nas Forças Armadas temos uma tradição, quando recebemos uma ordem ilegal, mandamos prender a pessoa que deu a ordem”. Eu pergunto – tem como não amar o nosso Exército de Caxias?

Somente quem não está no seu juízo perfeito, ou mal informado, pode pensar que um General cinco estrelas, com o histórico acima resumidamente descrito, estaria inclinado a dar um golpe de esquerda ou, pior, colocar em risco as Forças Armadas, ao conspirar com hostes progressistas nacionais e internacionais.
Mais uma vez as Forças Armadas do Brasil tomaram para si a missão de pacificar o País e o coloca-lo nos trilhos do progresso. Deixemos a mídia inconformada, viúva do petismo, continuar com o delírio de golpe. Ela produz somente resíduos pútridos. Quem comer, morre.

Neste momento temos uma só missão – emparedar o chileno para que coloque as medidas do governo para votação na Câmara e encarar o STF “face to face” para que não solte os saqueadores da Pátria.

Não há crise no governo Bolsonaro, não há conspiração, não haverá golpe no Brasil. Tudo intriga da oposição moribunda que busca desesperadamente uma tábua de salvação. Não sejamos nós essa tábua!
General Mourão é faca na caveira, ok?




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