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sexta-feira, 12 de julho de 2019

A sociedade devassa da República de Weimar

Todos nós temos ao menos uma suspeita sobre uma possível tentativa de o progressismo internacional ter transformado o Brasil em um grande laboratório cultural, cujo desfecho foi a produção de uma sociedade corrupta, amoral e violenta. Abaixo escrevo um breve texto que demonstra ter sido essa tentativa já experimentada pela sociedade alemã pré-nazista.


A arte, em todas as suas expressões, sempre foi objeto de análise sociológica. As obras artísticas descortinam tanto as relações sociais de uma determina época como a visão do autor sobre o objeto representado. A partir desse entendimento, vou discorrer sobre a obra cinematográfica do cineasta austríaco, Michael Haneke, intitulada “Das Weisse Band” (A Fita Branca), vencedora da Palma de Ouro em Cannes, ano de 2009. Haneke concedeu várias entrevistas à época e se dizia convencido de que a cultura protestante conservadora, que dominava a sociedade alemã no início do século XX, foi a responsável pela ascensão do nazismo nos anos 1930.
A história retratada no filme se passa no segundo Reich (segundo império alemão) sob o governo do chanceler Otto Von Bismark. O narrador é um jovem professor há pouco chegado na pequena aldeia protestante de Eichwald. Do futuro, ele passa a narrar em retrospectiva uma série de eventos violentos ocorridos no povoado e que envolviam, direta ou indiretamente, todos os moradores. Os personagens representam a então estratificada sociedade alemã da primeira década do século XX: o médico viúvo, a filha adolescente, o filho pequeno, a governanta e o seu filho bastardo com retardo mental; o rígido pastor e sua família submissa, um jovem professor ingênuo e sonhador, um barão e a baronesa proprietários de um feudo, os policiais, uma jovem babá e os camponeses com suas numerosas proles. Mas são as crianças desse vilarejo as protagonistas da trama. De alguma forma, o roteirista Haneke faz sugerir que essa geração de crianças tem a ver com todas as transgressões que ocorreram no período posterior ao fim da primeira grande guerra. 
O médico foi o primeiro a sofrer um acidente - um arame esticado no caminho para casa fez com que o seu cavado viesse a cair ao chão: ele fraturara a clavícula e passara um longo tempo no hospital. A partir desse crime, inúmeros outros incidentes passaram a se suceder em Eichwald, cujo pano de fundo era a intimidade das famílias da bucólica vila de protestantes, manifestadamente em desacordo com a rigidez moral exigida naquele tempo. Na continuidade, as crianças da aldeia foram se envolvendo em vários outros “acidentes” e ações violentas, como assassinatos, crimes contra o patrimônio, abuso sexual, preconceitos e discriminações. Todavia, esses atos nunca foram descobertos e punidos. Eclode, então, a I Guerra mundial. 
No roteiro, o diretor Michael Haneke defende a ideia de que a geração de germânicos que viveu no contexto dessa sociedade extremamente opressora e hipócrita, segundo ele, tenha gestado adultos que mais tarde apoiaram a escalada do nazismo na Alemanha.
Particularmente, discordo do argumento do diretor. Na minha concepção, trata-se de mais uma produção cinematográfica com manifesta intenção política e ideológica a favor do progressismo.
A sociedade alemã pós I Guerra educou sim as suas crianças com extremo rigor no que diz respeito às manifestações dos desejos e dos afetos. Preservou o zelo pela reputação moral individual e familiar, exagerou no senso de responsabilidade para com o trabalho e os afazeres domésticos/ coletivos e exaltou a admiração pela pureza representada pela fita branca presa aos cabelos das meninas e amarrada nos braços dos meninos. Todavia, não há algum indício seguro que nos faça pensar ser essa geração de crianças, educada no conservadorismo alemão entre guerras, a responsável pela ascensão do nazismo. Ao contrário, diante do surgimento de uma sociedade inusitada para os padrões sociais e culturais da Alemanha conservadora do fim da segunda década do século XX, esses jovens ficaram à margem dos acontecimentos, meros espectadores sem interferência direta nos acontecimentos.
A Alemanha derrotada e destruída pela primeira guerra mundial (1914-1918) abrigava um povo humilhado pela pobreza e pelas imposições econômicas e políticas dos vencedores. Em meio desse clima derrotista nasceu uma sociedade totalmente avessa ao passado próximo reacionário: a República de Weimar. Após a derrota para a tríplice entente, os militares entregaram o poder aos civis e no dia 9 de novembro de 1918, em Berlim, o deputado Philipp Scheidemann proclamou a república alemã. Todavia, era tácito o grande descontentamento social – círculos da burguesia, da agricultura, do funcionalismo público e dos militares assumiram uma postura de indiferença ao sistema parlamentarista. Várias vezes a direita tentou restabelecer a monarquia na Alemanha, mas o partido comunista encontrava-se obstinado a transformar o Estado alemão idêntico ao modelo da revolução russa. As principais cidades alemãs, como Berlim e Frankfurt, eram palcos de constantes conflitos com a escalada vertiginosa da violência. Face a um iminente estado de anomia, a pequena cidade de Weimar, um ano depois, a 11 de agosto de 1919, acolheu uma assembleia constituinte que promulgou a Constituição e transformou a Alemanha numa república parlamentar “democrática”. 


Pois foi justamente a República “democrática” de Weimar, entre os anos de 1919 a 1933, que gerou uma sociedade “sui generis”. O conservadorismo nos costumes foi substituído em larga escala por um comportamento social marcado pela boemia, pelos vícios, pela ausência de pudor nos relacionamentos, pela proliferação das casas de jogos de azar e dos prostíbulos. Em apenas 14 anos, a sociedade alemã dos primeiros anos do século XX ficou irreconhecível. A crise moral dessa sociedade foi muito bem representada nas artes pela Escola de Bauhaus. Algumas das obras dessa época foram recentemente expostas na sala de arte Schirn Kunsthalle, em Frankfurt. A mostra nominada de Glanz und Elend in der weimarer republik (Brilho e Miséria na República de Weimar), expôs obras, dentre outros artistas, de Jeanne Mammen, pinturas fiéis da decadência moral e ética desse período na Alemanha.


A república de Weimar criou uma sociedade sem valores, ressentida e invejosa que, a título de vingança àqueles que a impuseram sanções e humilhações, impetradas pelo Tratado de paz de Versalhes, elegeu o nazismo como seu porta-voz. Mas atentemos para o seguinte – inequivocamente os pilares do nazismo foram construídos pelos trabalhadores insatisfeitos com suas condições de vida e trabalho, pelos milhares de desempregados e pela elite artística assumidamente comunista. A classe média conservadora foi literalmente “jogada” para a margem dessa sociedade que foi a mais devassa já produzida pela Europa, até então. O renomado biógrafo de Adolf Hitler, Joachim Fest, escreveu no volume I da biografia do Führer uma passagem reveladora sobre as relações sociais precedentes ao nazismo:
“Todos se ressentiam em especial da brusca e provocante ruptura com as normas em vigor no domínio da moral. O casamento, enunciava uma ética social do comunismo, outra coisa não era que um nefasto “produto do capitalismo”, a revolução o eliminaria, exatamente como as penas previstas para o aborto, a homossexualidade, a bigamia ou o incesto. No entanto, a classe média, em sua grande maioria, sempre tinha se considerado representante e guardiã da moral comum e encarava toda a crítica feita a ela como uma ameaça pessoal. Também considerava intolerável o fato de só se ver o casamento uma simples formalidade administrativa, como fazia a União Soviética em seus primórdios. Condenava com a mesma veemência a “teoria do copo d’água”, segundo a qual o desejo sexual não era diferente da sede, isto é, uma necessidade elementar que era preciso satisfazer sem mais rodeios. (...) As peças teatrais dos anos 20 abordavam o tema do parricídio, do incesto ou do crime comum e se arriscavam a provocações que eram aplaudidas pelos espectadores. Na cena final da ópera de Bertolt Brecht e Kurt Weill, Mahagonny, os atores desfilavam no palco portando flâmulas nas quais se lia: “Pelo caos nas cidades”; “Pelo amor livre”; “Pela honra dos assassinos”; “Para a imortalidade dos canalhas” “.
Alguém aí se chocou com a descrição acima da desajustada sociedade de Weimar dos anos 1920-30? Certamente não.
O comunismo carcome a moralidade de homens e de mulheres. Não é mera coincidência a degradação moral e ética do povo brasileiro e a violência sem precedentes fomentada nos governos petistas. O próximo passo seria implantar o governo autoritário comunista. Foi o que ocorreu na Alemanha nazista, se não por um detalhe – os comunistas realizaram o trabalho sujo preliminar, porém foram traídos pelo Führer que não admitiu dividir o poder com eles. Extinguiu todos os partidos políticos, incluindo o partido comunista.
Seguindo essa linha de raciocínio, tomo como equivocada a tese do cineasta Michael Haneke ao fazer crer que a sociedade conservadora alemã do início do século XX, representada no filme “A fita branca” (Das Weisse Band), através dos costumes da pacata e conservadora aldeia protestante de Eichwald, tenha sido a propulsora do nazismo. Ao contrário, foi a sociedade forjada na República de Weimar, marcada pelo hedonismo, niilismo ético, laicidade e pela libertinagem a prima causa da ascensão da Alemanha nazista.
Dito de outro modo, não parece inverossímil crer na hipótese de ser o conservadorismo o antídoto contra o autoritarismo, e não a sua causa. O pensamento conservador se ampara em uma visão de mundo que postula a preservação das instituições que salvaguardam a estabilidade coletiva e a liberdade individual. Um mecanismo de autorregeneração diante da iminente destruição de uma sociedade. Na contemporaneidade podemos observar esse fenômeno em democracias que, atacadas pelo progressismo predatório internacional, recuaram para governos democráticos com viés conservador – exemplos recentes vimos na Hungria, Grécia, Polônia, Itália e mais recentemente no Chile, Peru e no Brasil.
Aquilo que hoje alguns incautos chamam de “onda conservadora” no mundo, nada mais é do que um sistema refratário de autodefesa social imanente a qualquer sociedade. Ele entra em alerta quando detecta sinais de risco iminente de autodestruição. Foi esse o fenômeno que ocorreu no Brasil – ao detectar um imediato risco de ruptura do tecido social, a sociedade reagiu e impediu a instalação de um regime antidemocrático. Se equivocam aqueles que consideram o povo brasileiro como incapaz politicamente. O povo brasileiro é antes refém da pobreza endêmica que o impele a reproduzir uma política criminosa.
Para finalizar, creio que do texto se depreende duas coisas: a primeira confirma que a arte pode ser usada como instrumento político de doutrinação subliminar, e a miúdo é usada para tal; a segunda sugere que o progressismo chegou ao seu limite e encontra-se em franca decadência mundial. Todavia é certo também que as mentes socialistas obstinadas pela destruição vão continuar maquinando a implantação de um “perfeito” mundo das trevas, digo, da “paz”. É certo também que terão de se transmutar, lentamente, o mundo está se imunizando contra o progressismo. Semelhante à República de Weimar, oxalá reste somente a “arte” como lembrança desse período – os tenebrosos tempos do início do século XXI. Nós vivemos todo esse terror.
Filme
Das Weisse Band. Obra cinematográfica. Diretor: Michael Haneke. Produção conjunta: Alemanha, Áustria, França e Itália. 2009.

A esquerda e o culto ao "bandido social"

Metaforicamente, pode-se pensar o progressismo (socialismo) como uma cesta que contém maçãs graúdas, vermelhas e brilhosas, aparentemente suculentas que fazem salivar os gulosos, mas que em verdade as frutas são de gesso. O progressista socialista prega uma sociedade futura fake que jamais existirá, nunca existiu, pela própria condição imperfeita do homem, e seus asseclas estão cônscios dessa impossibilidade. Desde meados do século XX, eles labutam em um plano global de tomada do poder através de narrativas altruístas e democráticas mentirosas a fim de subtrair a liberdade dos povos, as riquezas das nações e perpetuarem-se ad eternum como castas privilegiadas.
Feito o introito, cujo conteúdo é de conhecimento geral, vamos discorrer sobre uma das mais obsessivas pautas da esquerda que entende a violência como um ato revolucionário e o criminoso como vítima da sociedade capitalista. Não é preciso ser um exímio estudioso da violência urbana para perceber que a criminalidade generalizada no Brasil foi implantada deliberadamente pelo PT, em troca de apoio político e financeiro de máfias internacionais.
Segundo o discurso dos progressistas, a violência é causa da vulnerabilidade econômica das pessoas. Ora, foi suficiente que fizéssemos uma grade comparativa entre os crescentes aportes financeiros no Programa Bolsa Família e os índices de violência no Brasil, entre 2005 e 2015, para que observássemos que tal premissa é mentirosa. Na mesma medida em que os benefícios assistenciais aumentavam, também cresciam os números da criminalidade. Enquanto os recursos do Bolsa Família em 2005 foram da ordem de R$ 6,8 bilhões, o índice de homicídios marcou 26 mortes por 100 mil habitantes. Já em 2015, os recursos destinados aos beneficiários do Programa foram de R$ 26,9 bilhões, enquanto o número de homicídios no mesmo ano chegou a 30 em 100 mil habitantes: números considerados pela própria ONU como os de guerras. Os dados foram cruzados a partir das informações do Ministério do Desenvolvimento Social, Anuário de Segurança Pública (2016) e o Mapa da Violência (2016). Observemos que mesmo à revelia da população o PT desarmou os brasileiros e instaurou uma guerra invisível somente perceptível através das consequências.
A pobreza nunca foi causa de violência. Os pobres compõem a massa de manobra dos políticos inescrupulosos, e por isso suprimir a miséria nunca foi, ou será, o objetivo da esquerda. Quem tem fome vota, criminosos votam. A esquerda costuma aprofundar e disseminar o caos de modo a expandir o exército de reserva revolucionário. Poucos sabem que nos Estados Unidos, sob o governo progressista de Barack Obama, parte da população fez disparar o consumo de ração canina nos supermercados em 2008. Na Venezuela e no Brasil, países mais vulneráveis socialmente, os governos progressistas foram ainda mais cruéis com a população. A “marolinha” econômica, a que se referiu o ex-presidente do Brasil e atual presidiário, custou aos brasileiros a maior recessão de toda a história do País. Na Venezuela, o governo madurista promoveu o maior genocídio e o maior êxodo humano de toda a história da América Latina. Silêncio total dos organismos de direitos humanos internacionais. Os meios de comunicação de massa são parceiros dos governos progressistas, seja pela formação universitária dos próprios jornalistas, orientada pelos “diários” do cárcere do criminoso italiano Antônio Gramsci, seja por cooptação através de vultuosos aportes de recursos públicos para veicularem propaganda a favor do governo. Mas, seja a prática da corrupção institucional ou o crime organizado e capilarizado na base da sociedade, os bandidos sempre contarão com o apoio dos progressistas que os identificam enquanto figuras políticas perseguidas ou vítimas de um sistema econômico perverso, dependendo do estrato social em que atuam. O “aliado” quando comete um crime em nome do ideal revolucionário não é criminoso, ele é herói. Foi dessa maneira que esse embuste político que atende pela alcunha de progressismo criou as narrativas das “minorias desamparadas”, das “vítimas da sociedade”, do “perseguido político” e do “bandido herói”. Todos esses devem ser perdoados pela lei do homem e de deus – embora saibamos que progressistas são ateus. Além de perdoados pelo “trabalho” em prol da “causa”, também costumam ser condecorados (leiam meu texto “A farra das medalhas”) ou presenteados com altos cargos institucionais. Sempre haverá também, obviamente, uma banca de experientes advogados para defendê-los. Por isso a ordem é roubar muito – se pegos, que tenham recursos para procrastinar as acusações até que a justiça arquive os processos, engavete-os ou abrande as penas.
Além disso, inventaram a tornozeleira eletrônica, a audiência de custódia, a liberdade para as “mamães” mulas do tráfico e para as corruptas da high Society, o semiaberto e mais um sem números de instâncias judiciais e uns mil recursos, tudo isso e mais coisas para amenizar o sofrimento das “pobres vítimas da sociedade”. O Molusco foi condenado por 21 juízes, mas os progressistas entram todos os meses com um novo recurso no Supremo para soltá-lo. Reverberam no mundo inteiro que o maior ladrão da história da humanidade é um inocente perseguido político e preso injustamente. A esquerda passa diuturnamente a mensagem de impunidade para a sociedade com fins a gerar confusão. É próprio dessa ideologia. Deveria ser ela criminalizada no Brasil, no entanto tem desembargador gaúcho na ativa militando Lulla livre. Total desmoralização da justiça brasileira.
Um conjunto de princípios amorais dessa ordem propicia o estado de anomia social, situação perfeita para a instauração de uma brutal ditadura. Objetivo precípuo do PT a ser concretizado não fosse um corajoso juiz de primeira instância, alguns destemidos membros do Ministério Público Federal, a revolta de milhões de patriotas e o respeito à Constituição por parte das Forças Armadas.
Eric Hobsbawm publicou em 1972 um livro sob título Les Bandits, ou “Os Bandidos”. A obra apresenta uma análise da trajetória dos bandidos mais conhecidos da história, incluindo o brasileiro lampião, e como eles conquistaram uma imagem romantizada de heróis. As características atribuídas aos “bandidos sociais” são universais e manipuladas inequivocamente até hoje pela esquerda mundial. Podemos citar genocidas, como Mao Tse Tung, na China, Che Guevara, em Cuba, Nicolae Ceausescu, na Romênia, Stalin, na União Soviética – todos venerados pela esquerda e tratados como heróis. Não esqueçamos da pobre Venezuela que enfrenta dias de fome, doenças e violência sob a ditadura madurista. Para a esquerda brasileira, no entanto, o genocida é uma pobre vítima das sanções americanas. Lembremo-nos da vergonha que passaram ao elevar como herói o criminoso, agora confesso, Cesare Battisti.

O bandido canônico nasceu no bojo de um determinado suposto contexto de revolta e injustiça social. Foi assim que ele atraiu a admiração dos pobres e oprimidos e também a culpa dos mais bem posicionados intelectualmente. O arquétipo do bandido social pressupõe que a sua ação violenta seja invariavelmente abrandada por uma condição de vida pregressa marcada pelo não reconhecimento social, pela pobreza e pelo racismo de classe. Segundo Hobsbawm, o bandido social “é, no plano simbólico e imaginário, invisível e invulnerável. Ele não é o inimigo do rei ou do imperador, mas apenas dos opressores locais”. Ou seja, no pensamento da esquerda, a ação criminosa do bandido é contra o sistema social injusto: ele age contra o sistema capitalista e seus “cruéis” defensores. Esquece de mencionar que sem o capitalismo, o socialismo onde foi implantado teve uma sobrevida pífia. Hoje o progressismo se financia através do tráfico de drogas, de pessoas, de órgãos humanos e da extorsão das Nações através dos ativismos: direitos humanos, ambientalismo, migrações, conflitos, indigenismo, entre outros.
O fenômeno do banditismo social, escreve Hosbsbawm, tem origem nos "movimentos sociais primitivos", embora continue a se manifestar no mundo contemporâneo com peculiaridades semelhantes àquelas surgidas na Antiguidade e na Idade Média. O bandido social emerge das rebeliões agrárias por ocasião das transformações bruscas nas sociedades rurais orientadas por um sistema de valores conservadores e inseridas em um sistema econômico baseado numa estrutura hermética de classes sociais e da propriedade privada nas quais os abastados e os pobres, proprietários e não proprietários, formavam segmentos sociais antagônicos.
A partir disso, fica esclarecido que o culto ao bandido social é uma justificativa farsesca para tomar o poder ilegitimamente através de um processo revolucionário que pressupõe um forte antagonismo social, mas que, ao mesmo tempo, contraditoriamente, insinua lutar pela igualdade, pela paz e pela justiça social. Um método insuspeito para humilhar, chantagear, ameaçar e eliminar os opositores sem macular os “altruístas” objetivos de uma caterva criminosa secular. Não é um projeto democrático que envolve a comunidade, mas é um projeto autoritário de um pequeno grupo que, sem argumentos políticos convincentes, cobiça tomar o poder à força. Toda a tentativa de coletivismo tem um aspecto fascista.

Na contemporaneidade, em que as relações antagônicas entre patrões e empregados ficaram diluídas pela própria transformação do mundo do trabalho e da decadência dos movimentos sociais - onde os salteadores ideológicos de esquerda recrutariam seu exército de revolucionários? Ora, nas periferias urbanas. Foi movido então todo um esforço intelectual e econômico a fim de inculcar na sociedade em geral, nos jovens em particular, que o crime cometido pelos “despossuídos” é um “instrumento de compensação das desigualdades materiais e sociais, à maneira de Robin Hood” (Geremek, 1988). Foi com esse discurso embusteiro, e com muito dinheiro, que o progressismo internacional cooptou setores estratégicos dentro do nosso País: professores, intelectuais, parte do judiciário, quase toda classe política, a grande mídia e demais instituições estratégicas de mediação como parte da classe dos advogados, psicólogos, assistentes sociais e médicos. Trabalhar para o progressismo passou a ser sinônimo de pessoa “iluminada”, de distinção e de privilégio no seu círculo de atuação profissional, como também fiança para a inserção no mercado de trabalho privado ou público. Acredito que não é necessário citar as inúmeras fraudes em concursos públicos que já são bem conhecidas, e o método Qi de seleção no setor particular. Dentro do setor público abundavam os privilégios, as promoções e a criação de cargos nos conselhos sovietes para presentear os “cumpanheiros” e amordaçar os que não se curvavam ao “modo petista de governar”. As perseguições e as transferências se destinavam aos que resistiam à “causa”. Percebam, por exemplo, a seleção dos membros da nossa Suprema Corte, são pessoas alienadas, muitas vezes descomprometidas com a nossa Constituição e com as necessidades do povo brasileiro, mas atentos às diretrizes do progressismo internacional. Quem tem a paciência de ler os votos dos ministros sabe do que estou falando.
Observemos a pantomima que se transformou a prisão do ex-presidente condenado em duas instâncias judiciais e com amplo direito à defesa, seus advogados retribuídos com honorários milionários, prisão especial com inúmeros privilégios, incluso a visita íntima. Como assim? Pensávamos que copular em instituição pública não fosse permitido – como isso acontece dentro das instalações da Polícia Federal?
Poderíamos citar também Dilma e Dirceu que pegaram em armas nas décadas de 1960/70 contra as instituições brasileiras. São considerados hoje anistiados políticos e perseguidos pelo regime militar. No entanto esses criminosos foram indenizados, recebem pensão vitalícia e ocuparam altos cargos no governo brasileiro. E ainda tem quem acredite na recuperação de bandidos?
Bem, muito ainda haveria para escrever sobre a formação do banditismo social e como a ideia de vitimizar o criminoso tem o objetivo de defender não o criminoso, mas o potencial revolucionário. Quando ocorreu o recrudescimento das manifestações na Venezuela no ano passado, centenas de presidiários foram soltos para engrossar as guardas comunitárias bolivarianas. Márcia Tiburi, “filósofa” e ex candidata à presidenta do Brasil, atualmente na França, defendeu em uma das suas “obras” que o assalto tem lógica, um livro básico nos cursos superiores de ciências humanas.
O desarmamento da população é uma pauta caríssima aos progressistas, mas vejam o que decidiu uma juíza da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: traficante de drogas ilícitas obtém absolvição por porte ilegal de arma sob a tese dele ter necessidade de portar uma arma para sua defesa pessoal. (Traficante de drogas é absolvido por portar arma para se defender dos concorrentes. (05.07.2016)
Reitero que parte da justiça brasileira, a que foi cooptada pelo progressismo, presta um desserviço à sociedade brasileira e se coloca como cúmplice do estado generalizado de violência que vivemos no Brasil.
Um certo dia, estou convicta, os jovens das periferias urbanas vão compreender o círculo vicioso do crime em que deliberadamente a esquerda os aprisionou e os impediu de progredir intelectualmente e economicamente. A tóxica política progressista/socialista os fez escravos do crime, das drogas e da violência que financia a política podre da esquerda nacional. Isso nada tem de glamoroso – bandidos sempre serão vistos como os fora da lei pela sociedade e jamais terão reconhecimento algum. Todos vão morrer precocemente e perderão a oportunidade de viver uma vida plena por causa de um delírio ideológico. O progressismo é um movimento político que se alimenta dos ilícitos, da disseminação do ressentimento, da mentira, da vingança e do autoritarismo. Uma lástima que tenhamos tido essa experiência no Brasil.
Fontes:
GEREMEK, Bronislaw. La lutte contre le vagabondage à Paris aux XIV et XV Siêcles. In: Ricerche storicbe ed economiche in memoria di Corrado Barbagallo. Napoli, 1970.
HOBSBAWM, Eric. Les Bandits. Paris, 1972.