Yossi Shelley, embaixador de
Israel no Brasil, concedeu uma longa e elucidativa entrevista ao jornal
paranaense GP, na qual deixou transparecer a inequívoca afinidade entre o
governo Bolsonaro e o atual governo israelense. Para além dos protocolos oficiais,
Shelley e Bolsonaro já foram vistos juntos assistindo partidas de futebol e na
própria embaixada de Israel, em Brasília. Segundo o embaixador, é a primeira
vez que Israel não sofre discriminação em uma parceria diplomática entre brasileiros
e os israelenses.
A entrevista é longa, de modo que
vou salientar, a meu ver, os pontos importantes.
Segundo o embaixador, já existem
cerca de 300 empresas israelenses atuando no nosso país. As áreas de atuação
destas empresas estão ligadas à alta tecnologia (drones e satélites), segurança
pública, agricultura e extração de água, em especial no nordeste brasileiro. Shelley
afirmou que nos próximos dois anos as relações comerciais entre os dois países
tendem a se multiplicar.
Yossi Shelley não vê motivos para
duvidar da promessa de Bolsonaro quanto à transferência da embaixada do Brasil de
Tel Aviv para Jerusalém. O diplomata salientou os avanços alcançados pelo
governo brasileiro em apenas um ano de gestão, e citou a aprovação da reforma
da Previdência como exemplo. A abertura de um escritório comercial brasileiro
em Jerusalém também foi vista como muito positiva para Israel. O Brasil
igualmente será beneficiado porque “Israel é uma referência mundial em negócios,
em pesquisa e desenvolvimento”. A abertura do escritório de negócios já devia
ter acontecido há 20 anos, mas por questões políticas nunca aconteceu. Segundo o
diplomata, “agora chegou um governo racional, que está pensando no povo, não nas
suas pretensões políticas”.
Sobre a manutenção das relações
comerciais do Brasil com os países árabes, Shelley não vê problema algum. Ele
disse que Brasil e Israel são nações soberanas e agem conforme seus interesses
econômicos. Tanto é verdade que não se soube até agora de alguma tentativa
séria de influência dos árabes na relação entre Brasil e Israel: “quando os
países sabem que o objetivo da relação comercial é fazer negócio, não têm que
ser contra”.
O embaixador de Israel no Brasil também
elogiou a mudança de perspectiva política no Brasil, a partir do ano passado.
Na sua visão, nunca antes as relações entre os brasileiros e os israelenses
foram tão amistosas. Ele sinalizou que “há um nível de cultura e de valores
compartilhados, e não mais uma política barata em que se discrimina um e se
apoia outro.”
Em relação à segurança nacional
dos dois países, o diplomata se mostra apreensivo pela demora de o Brasil
declarar o Hezbollah como um grupo terrorista. Para ele, o Hezbollah é um
perigo mundial e espera que toda a América Latina declare o grupo como criminoso.
Só para lembrar, o governo Lula
permitiu a livre circulação desse grupo dentro do nosso País o denominando como
associação política. Vai vendo...
Para finalizar, reitero que a
entrevista é longa e colocarei a referência no fim do texto para os que
quiserem a ler na íntegra. O embaixador
também não se furtou de falar sobre um fato que causou certo estranhamento para
alguns brasileiros que não conhecem bem a cultura israelense e judaica.
Causou espanto em alguns a
veiculação do cartaz do coletivo “Judias e Judeus com Lula”, no mês passado. O
evento teve como objetivo a entrega de uma carta de solidariedade ao ex-presidente
condenado. O partido político em questão divulgou amplamente o evento querendo parecer
que se tratava de uma iniciativa de toda a comunidade judaica. Isso não é
verdade. Mais uma vez a trupe esquerdista usou do oportunismo para confundir
brasileiros incautos com suas narrativas fraudulentas. Quiseram usar o caso lamentável
do secretário de cultura para de alguma forma “vestir” o governo Bolsonaro de
nazista. O evento realizado em São Paulo foi organizado tão somente pelo movimento
de judeus progressistas, e não obteve alguma repercussão.
Vejam o que o embaixador de
Israel pensa sobre o apoio ao ex-presidente condenado por parte do “coletivo
judaico-progressista” no Brasil: ele esclareceu que judeus não têm pensamento
unificado em relação a ideologias ou política, assim como é comum em qualquer outro
grupo de pessoas – existem judeus que votam na direita, há judeus que votam na
esquerda, e devemos respeitar a opinião das pessoas. Porém, ele advertiu que "pessoalmente,
como embaixador, eu acho que quando as pessoas se manifestam contra um governo
que é muito bom na relação com Israel, isso é uma coisa feia, e o que eu sei
sobre as relações entre Israel e Brasil é que agora, nesse período, ninguém tem
do que reclamar. Ao contrário, tem que lançar flores para o governo Bolsonaro”.
Disse tudo o embaixador de Israel
no Brasil.
Um brinde a Ysrael!
Fonte da entrevista: Jornal GP. 16.02.2020.
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