O tema
sobre educação e as universidades é um tanto caro para mim, que transito pelo
meio acadêmico desde 1989. Muitos aqui são testemunhas de o quanto já escrevi
sobre o aparelhamento ideológico no ensino superior. Desde os anos 60, as
universidades brasileiras apresentam um viés para o pensamento de esquerda,
mas a partir da entrada do PT no governo houve a privatização total das
universidades federais nas mãos dos intelectuais progressistas. A partir daí o
corporativismo da esquerda passou a dominar absolutamente tudo que se relaciona
com o ensino, a extensão e a pesquisa dentro das universidades. Um dos
argumentos irrefutáveis é o desequilíbrio entre obras de autores de esquerda e
as de liberais e conservadores. Isso ocorre em todas as áreas, mas nas ciências
humanas e sociais aplicadas é simplesmente vergonhoso. Eles manipulam o
conhecimento de tal forma que determinam até mesmo as publicações e as
traduções - o que deve ou não ser disponibilizado aos alunos nas prateleiras
das bibliotecas e das livrarias, quem pode ou não publicar artigos em
periódicos científicos. Para os poucos docentes e pesquisadores que resistiram
e continuam a não concordar com esse aparelhamento, a indicação do
filósofo Ricardo Vélez Rodríguez
significou uma chama de esperança no sentido de recuperar e qualificar o ensino
superior e a pesquisa no Brasil. Sem uma universidade qualificada, o País não
vai se desenvolver. Não nos iludamos, as universidades privadas caminhavam
dentro desse mesmo modelo hermético do pensamento único. Aqueles que detiveram
o poder dentro dos departamentos acadêmicos não cogitaram em perseguir colegas
e estudantes, inviabilizar carreiras e destruir a formação de três gerações de
jovens brasileiros. A geração Lula de doutores, custeada pelo $ do povo, hoje
trabalha como pequeno empreendedor ou motorista de Uber. As bolsas foram usadas
como "distribuição de renda" e não como incremento à ciência. Os
bolsistas trabalham sob condições de escravos: não têm horário fixo de
trabalho, não têm férias, não têm 13º, se a bolsista ganha bebê a bolsa é
interrompida, não têm INSS, e existe desvio de função - como limpar a
biblioteca do professor ou pagar as suas contas, ou ainda preparar as suas
palestras ou cuidar do seu pet. Já ouviram algum docente se posicionar contra
as condições de trabalho de seus bolsistas? Não!
Cursos são montados dentro das universidades federais para garantir empregabilidade de parentes e colegas ou mesmo para formar militância político/partidária. A alienação é um processo tão bem "amarrado" que o bolsista jura fidelidade e gratidão eterna ao orientador, ao departamento, à universidade e ao governo que lhe concedeu tamanho benefício e privilégio - nunca à sociedade que custeou a sua formação. Mesmo que ele venha a passar fome com o diploma debaixo do braço por falta de trabalho.
Cursos são montados dentro das universidades federais para garantir empregabilidade de parentes e colegas ou mesmo para formar militância político/partidária. A alienação é um processo tão bem "amarrado" que o bolsista jura fidelidade e gratidão eterna ao orientador, ao departamento, à universidade e ao governo que lhe concedeu tamanho benefício e privilégio - nunca à sociedade que custeou a sua formação. Mesmo que ele venha a passar fome com o diploma debaixo do braço por falta de trabalho.
Eu sequer vou falar das listas "negras" dos coordenadores
de cursos.
Também não
vou mencionar aqui os desvios dos recursos de pesquisa por parte de docentes
inescrupulosos - isso já está nas mãos da Polícia Federal. Eu concordo
plenamente com a sugestão de uma colega que diz haver necessidade de
"auditoria independente em todas as Universidades Federais e Estaduais,
Institutos Federais, além das Fundações, para saber a extensão das práticas
delituosas cometidas nessas instituições". As universidades federais têm
autonomia quanto ao orçamento destinado pelo MEC. O que temos visto são campi
depredados, obras inacabadas, técnicos-científicos insatisfeitos, violência no
interior dos campi, alunos drogados e a qualidade de ensino pífia. O indicador
do Inaf (Indice de Analfabetismo Funcional) beira os 40% entre os alunos do
ensino superior, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro
(IPM) e pela ONG Ação Educativa, pasmem, em 2012. Urge que a sociedade
brasileira cobre continuamente uma prestação de contas por parte das
universidades federais, afinal, é muito $ do contribuinte e pouco retorno para
o Brasil.
Ao
suspender a decisão da Justiça Eleitoral que determinava a entrada de policiais
em universidades públicas e privadas para evitar a panfletagem e os palanques
em favor do PT e do PC do B, a ministra do STF, Carmen Lúcia, embasou a sua
tese afirmando que " a Constituição Federal assegura a liberdade de
aprender, de ensinar e de divulgar o livre pensamento, e também o pluralismo de
ideias está na base da autonomia universitária como extensão do princípio
fundante da democracia brasileira, que é exposta no inc. V do art. 1º da
Constituição do Brasil". E concluiu: "pensamento único é para
ditadores, verdade absoluta é para tiranos, a democracia é plural em sua
essência". Vejam, os próprios ministros da mais alta Corte do Brasil estão
alheios ao que ocorre no bojo da sociedade brasileira ou são, não me admiraria,
hipócritas e coniventes. Sem a vitória de Bolsonaro, nada poderíamos fazer.
Estávamos sob a lei da mordaça acadêmica.
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Ontem em
entrevista a Isto é (23.11.2018), a deputada estadual por São Paulo, a advogada e professora
universitária Janaína Paschoal, concedeu uma entrevista esclarecedora sobre o
ambiente sob o qual se move o ensino superior brasileiro. Abaixo, transcrevo
alguns trechos:
"As
universidades estão tomadas pela esquerda. A questão não é só ideológica, é
econômica também. Eles se unem em torno de ideias supostamente libertárias, mas
por trás há um joguinho de poder: os concursos, as promoções, as viagens ao
exterior, os pequenos cargos com acréscimo salarial, as bolsas de estudo. O
problema é bem mais profundo do que parece".
"A
intelectualidade de esquerda se acostumou a não ser questionada. Quando surge
alguém que estuda e os desafia, eles fazem necessário crer que o crítico é
louco ou burro. Trata-se de uma tática. O problema é que os poucos que tentam
desafiar esse esquema não têm força para prosseguir. Por isso a covardia deles
impera".
"O
aparelhamento da esquerda chegou a tal ponto, que a radicalização do outro
lado, da direita, se explica. Sou contra proibir temas ou filmar professores,
mas, muitas vezes, os alunos não possuem alternativas, pois os diretores e
coordenadores às vezes também estão cooptados".
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Então,
meus amigos, urge reformar as universidades brasileiras! A universidade é a
usina onde se produz o progresso de um País. Nas mãos dos comunistas, eles a
destruíram.
Voltarei a
esse tema com mais profundidade em postagens futuras - o ensino universitário
brasileiro não pode ficar refém de um grupelho manipulador que se pensa a
alta "intelligentsia" da
cultura brasileira, mas que se mostrou um fracasso tanto no ensino quanto na
elaboração de bons projetos para a sociedade.
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