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sábado, 24 de novembro de 2018

O ensino superior no Brasil agoniza

   

O tema sobre educação e as universidades é um tanto caro para mim, que transito pelo meio acadêmico desde 1989. Muitos aqui são testemunhas de o quanto já escrevi sobre o aparelhamento ideológico no ensino superior. Desde os anos 60, as universidades brasileiras apresentam um viés para o pensamento de esquerda, mas a partir da entrada do PT no governo houve a privatização total das universidades federais nas mãos dos intelectuais progressistas. A partir daí o corporativismo da esquerda passou a dominar absolutamente tudo que se relaciona com o ensino, a extensão e a pesquisa dentro das universidades. Um dos argumentos irrefutáveis é o desequilíbrio entre obras de autores de esquerda e as de liberais e conservadores. Isso ocorre em todas as áreas, mas nas ciências humanas e sociais aplicadas é simplesmente vergonhoso. Eles manipulam o conhecimento de tal forma que determinam até mesmo as publicações e as traduções - o que deve ou não ser disponibilizado aos alunos nas prateleiras das bibliotecas e das livrarias, quem pode ou não publicar artigos em periódicos científicos. Para os poucos docentes e pesquisadores que resistiram e continuam a não concordar com esse aparelhamento, a indicação do filósofo  Ricardo Vélez Rodríguez significou uma chama de esperança no sentido de recuperar e qualificar o ensino superior e a pesquisa no Brasil. Sem uma universidade qualificada, o País não vai se desenvolver. Não nos iludamos, as universidades privadas caminhavam dentro desse mesmo modelo hermético do pensamento único. Aqueles que detiveram o poder dentro dos departamentos acadêmicos não cogitaram em perseguir colegas e estudantes, inviabilizar carreiras e destruir a formação de três gerações de jovens brasileiros. A geração Lula de doutores, custeada pelo $ do povo, hoje trabalha como pequeno empreendedor ou motorista de Uber. As bolsas foram usadas como "distribuição de renda" e não como incremento à ciência. Os bolsistas trabalham sob condições de escravos: não têm horário fixo de trabalho, não têm férias, não têm 13º, se a bolsista ganha bebê a bolsa é interrompida, não têm INSS, e existe desvio de função - como limpar a biblioteca do professor ou pagar as suas contas, ou ainda preparar as suas palestras ou cuidar do seu pet. Já ouviram algum docente se posicionar contra as condições de trabalho de seus bolsistas? Não!
 Cursos são montados dentro das universidades federais para garantir empregabilidade de parentes e colegas ou mesmo para formar militância político/partidária. A alienação é um processo tão bem "amarrado" que o bolsista jura fidelidade e gratidão eterna ao orientador, ao departamento, à universidade e ao governo que lhe concedeu tamanho benefício e privilégio - nunca à sociedade que custeou a sua formação. Mesmo que ele venha a passar fome com o diploma debaixo do braço por falta de trabalho.

Eu sequer vou falar das listas "negras" dos coordenadores de cursos.

Também não vou mencionar aqui os desvios dos recursos de pesquisa por parte de docentes inescrupulosos - isso já está nas mãos da Polícia Federal. Eu concordo plenamente com a sugestão de uma colega que diz haver necessidade de "auditoria independente em todas as Universidades Federais e Estaduais, Institutos Federais, além das Fundações, para saber a extensão das práticas delituosas cometidas nessas instituições". As universidades federais têm autonomia quanto ao orçamento destinado pelo MEC. O que temos visto são campi depredados, obras inacabadas, técnicos-científicos insatisfeitos, violência no interior dos campi, alunos drogados e a qualidade de ensino pífia. O indicador do Inaf (Indice de Analfabetismo Funcional) beira os 40% entre os alunos do ensino superior, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa, pasmem, em 2012. Urge que a sociedade brasileira cobre continuamente uma prestação de contas por parte das universidades federais, afinal, é muito $ do contribuinte e pouco retorno para o Brasil.
Ao suspender a decisão da Justiça Eleitoral que determinava a entrada de policiais em universidades públicas e privadas para evitar a panfletagem e os palanques em favor do PT e do PC do B, a ministra do STF, Carmen Lúcia, embasou a sua tese afirmando que " a Constituição Federal assegura a liberdade de aprender, de ensinar e de divulgar o livre pensamento, e também o pluralismo de ideias está na base da autonomia universitária como extensão do princípio fundante da democracia brasileira, que é exposta no inc. V do art. 1º da Constituição do Brasil". E concluiu: "pensamento único é para ditadores, verdade absoluta é para tiranos, a democracia é plural em sua essência". Vejam, os próprios ministros da mais alta Corte do Brasil estão alheios ao que ocorre no bojo da sociedade brasileira ou são, não me admiraria, hipócritas e coniventes. Sem a vitória de Bolsonaro, nada poderíamos fazer. Estávamos sob a lei da mordaça acadêmica.

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Ontem em entrevista a Isto é (23.11.2018), a deputada estadual por São Paulo, a advogada e professora universitária Janaína Paschoal, concedeu uma entrevista esclarecedora sobre o ambiente sob o qual se move o ensino superior brasileiro. Abaixo, transcrevo alguns trechos:

"As universidades estão tomadas pela esquerda. A questão não é só ideológica, é econômica também. Eles se unem em torno de ideias supostamente libertárias, mas por trás há um joguinho de poder: os concursos, as promoções, as viagens ao exterior, os pequenos cargos com acréscimo salarial, as bolsas de estudo. O problema é bem mais profundo do que parece".

"A intelectualidade de esquerda se acostumou a não ser questionada. Quando surge alguém que estuda e os desafia, eles fazem necessário crer que o crítico é louco ou burro. Trata-se de uma tática. O problema é que os poucos que tentam desafiar esse esquema não têm força para prosseguir. Por isso a covardia deles impera".

"O aparelhamento da esquerda chegou a tal ponto, que a radicalização do outro lado, da direita, se explica. Sou contra proibir temas ou filmar professores, mas, muitas vezes, os alunos não possuem alternativas, pois os diretores e coordenadores às vezes também estão cooptados". 
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Então, meus amigos, urge reformar as universidades brasileiras! A universidade é a usina onde se produz o progresso de um País. Nas mãos dos comunistas, eles a destruíram. 
Voltarei a esse tema com mais profundidade em postagens futuras - o ensino universitário brasileiro não pode ficar refém de um grupelho manipulador que se pensa a alta  "intelligentsia" da cultura brasileira, mas que se mostrou um fracasso tanto no ensino quanto na elaboração de bons projetos para a sociedade.






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