1) Todos,
mas todos mesmo, são iguais diante da Lei. Por isso, a meritocracia está acima
de qualquer outro critério de inserção social e econômica. O Estado deve
oferecer ao povo oportunidades e não privilégios. Se numa sociedade há
desigualdade social, deve ser cobrada dos governos a minimização dela através
de políticas públicas sérias de educação, saúde e geração de renda. A
assistência social é pontual e transitória e não moeda de troca
político/ideológica;
2) O Poder
circula - a mais relevante das teses de Foucault parece ter sido relaxada pela
esquerda. Assim, a democracia pressupõe
um governo para toda a sociedade - governo não tem partido político -
presidente da república é representante do povo e não dos interesses de
classes. Está evidente que no bojo da nossa sociedade não há hegemonia
ideológica. Tentar cooptar as estruturas do Estado para perpetuar-se no poder
é, no mínimo, jogo sujo característico de políticos tiranos;
3) Os
militantes da ideologia progressista não são iluminados e nem o socialismo
(nome maquiado para o comunismo) é a redenção para a humanidade - esqueçam essa
mentira. Os próprios mentores comunistas sabem disso - o sonho deles é
construir uma economia capitalista de Estado - a exemplo da China. Faturar alto
adotando o modelo econômico do capitalismo, mas manter a boca do povo fechada.
A maioria
dos brasileiros não aceita a corrupção, a imoralidade e resistem ao cerceamento
intelectual imposto pelos ditadores enrustidos, camuflados de humanistas. O
respeito à diversidade e à opinião de outrem não pode permanecer no discurso,
mas precisa ser praticado na vida cotidiana. Um verdadeiro tiro no próprio pé é tentar
administrar um discurso de democracia que não tem ressonância na prática.
4)Interpretem
melhor os seus próprios mestres e parem de mentir. Michel Foucault é sem dúvida
um dos intelectuais caviar mais lidos pela esquerda tupiniquim, em que pese já
ter sido desmascarado pelo atual diretor do Institut für Sozialforschung da
Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt am Main, Alemanha,
considerado no meio acadêmico o representante da terceira geração (e pelo
visto, a última) da Escola de Frankfurt. Pois bem, Foucault afirmou que o
questionamento humano é um fenômeno universal e portanto toda a narrativa de
poder e de dominação que se quer absoluta se "desmancha no ar"
(parafraseando outro primor de comunista
- Karl Marx). Questiono então: baseados no quê os intelectuais brazucas
determinaram que a indignação social é monopólio de determinados grupos e que
outros, sentenciados arbitrariamente, são brasileiros caloteiros históricos?
Peço vênia, façam um "mea-culpa" pública sobre os equívocos de
conteúdo dos seus discursos e de suas políticas públicas de "integração
social", com urgência.
Outro
intelectual esquerdista, o jurista Fábio Konder Comparato, aquele que declarou
recentemente à Revista "Forum" que " o Moro goza de total
impunidade - estou convencido de que ele é um agente norte-americano",
escreveu um artigo científico defendendo a tese da vocação hegemônica do
capitalismo, e, ao contrário do que pensa
boa parte dos economistas, não se constitui num simples sistema
econômico, mas trata-se antes de uma autêntica civilização - fenômeno único em
toda a história da humanidade. Por isso, a contínua concentração de capital
está a exigir no século XXI uma expansão geográfica sem limites e a apropriação
dos meios de comunicação em todas as nações. Diante de inconteste verdade, visivelmente
em curso no mundo e no Brasil, parem de ludibriar os "inocentes
úteis" com o discurso de que o capitalismo é responsável pelos males do mundo.
Vocês não querem construir outro mundo, vocês amam o capitalismo e a última
coisa que desejam é eliminá-lo.
Rodizio do poder entre PSDB e PT |
Hoje, no
Brasil, vocês perderam o jogo - resta observar se vão insistir em jogar o jogo
fraudado e enferrujado de sempre ou vão se dignar a jogar limpo.
Referências:
COMPARATO,
Fábio Konder. Capitalismo: civilização e poder. Estudos Avançados, USP, São
Paulo, 25 (72), 2011.
HONNETH,
Axel. Crítica Del Poder. Fases en la reflexión de una teoría crítica de la
sociedad. Segunda Parte. Madrid, Machado Libros, 2009.